Com alto volume de players, influência digital requer especialização

O mercado de influência digital no Brasil tem crescido exponencialmente nos últimos anos, muito disso devido a alta adesão do público às redes sociais, além do direcionamento de grande parcela do orçamento das marcas para este tipo de mídia no período da pandemia. O e-commerce nacional se beneficiou dessa ferramenta de custo moderado e de alto direcionamento para alavancar vendas e alcançar números expressivos. Desta forma, também teve acesso a importantes dados do seu público-alvo, ganhando maior conhecimento de impacto a cada campanha.

Foi por meio desses dados que o mercado entendeu um ponto importante: o conteúdo gerado pela influência digital, além de ter amplo alcance, abriu possibilidades de storytelling de campanhas em formatos crossmedia e transmídia. E oferecia interação rápida e potente, além de ter grandes chances de ganhos comerciais, gerar relacionamento e fidelização do cliente.

Para Isabela Soller, especialista em influência digital, a especialização do setor é algo muito palpável, uma vez que as exigências atuais são diferentes de alguns anos atrás. Ela relembra que, se antes um vídeo caseiro e orgânico poderia ser suficiente para uma entrega expressiva, hoje isso não chega a ser nem uma premissa. Além disso, o processo de produção de conteúdo para publicidade em influência digital agora passa por um extenso planejamento, que envolve etapas como roteirização, produção, captação e edição, todas bem elaboradas. Com o detalhamento desse processo, veio também a necessidade de ampliar ainda mais a assertividade do público-alvo.

“Essa é uma área extremamente abrangente, onde cada influenciador tem um perfil diferente que comunica a determinado público. Um dos desafios dentro da influência digital é justamente esse: ser o mais preciso possível no match das marcas com o influenciador, afinal, é nele que o público se espelha e inspira”, afirma Isabela.

Responsável pelo Grupo Soller, a empresária revela que, para entender e abranger cada vez mais o mercado, lançou o nicho de influenciadores voltados para marcas de luxo, o ‘GLAM’: “O mercado cresce e muda muito a cada dia. Visualizamos esse nicho como uma forma de segmentar cada vez mais, o que nos permite trabalhar em cima de mais detalhes, além de estreitar laços com marcas e público mais específico. No final, trabalhamos para atender às necessidades e expectativas de pessoas, e elas são cheias de camadas e possibilidades, assim como tem se mostrado esse universo”, diz ela, que inovou ao lançar a Casa Soller, a primeira voltada para conteúdo e gestão de influenciadores da América Latina.

Atualmente, a pulverização de uma marca no mercado através de publicações virais é um fenômeno buscado por muitos, mas o fortalecimento da imagem faz parte de um longo, contínuo e árduo planejamento. Tanto influenciadores quanto marcas se beneficiam da especialização do mercado, porém medidas como inovação e criatividade são essenciais para que a comunicação ocorra efetivamente. Afinal, de que adianta propagar seu nome se a mensagem transmitida não for algo objetivo e sólido? Todo caminho precisa ser percorrido com a mesma dedicação, ainda que, em tempos de redes sociais, tudo aconteça rápido demais.

Plataformas próprias

Na noite da última terça, dia 16, a influenciadora e empresária Nathália Rodrigues de Oliveira, conhecida como Nath Finanças, publicou no Twitter um comentário que levantava a questão dos criadores de conteúdo não dependerem das redes sociais para ganharem dinheiro. “Ter a sua própria plataforma faz toda a diferença e não sai tão caro como imaginam”, escreveu.

Ela citou o próprio exemplo com o Nath Play, uma plataforma que reúne seus conteúdos sobre educação financeira – tema que a catapultou na internet. “O dinheiro que ganho no Youtube não chega nem aos pés do Nath Play, que tem seis meses de funcionamento. Faço conteúdo para o Youtube há quatro anos. Ganho muito mais com minha própria plataforma por mês”, afirmou.

A autonomia do criador de conteúdo é uma dessas formas de amadurecimento da influência digital. Quanto mais estudo, aprofundamento das ferramentas, mais a relação influenciador, influenciado e marcas, tendem a ganhar. “A rede social vira uma das formas de divulgação e não uma dependência do seu negócio 100%”, conclui Nathália no Twitter.

Fonte: Mundo do Marketing


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