Regulamentação de publicidade e a segurança no mercado de influência

Para dar mais segurança e garantir a difusão de conteúdo e produtos financeiros de qualidade, o Brasil passou a contar desde o dia 13 de novembro com uma série de regras que normatizam as ações publicitárias de influenciadores para produtos do mercado financeiro. Iniciativa da Associação Brasileira de Entidades de Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), a medida busca dar maior transparência e formalização aos contratos firmados com os chamados “finfluencers” para entrega de conteúdo à população.

Trata-se, ao meu ver, de uma medida importante, uma vez que vários perfis de finanças que têm considerável alcance muitas vezes promovem entidades, produtos e serviços “milagrosos” que prometem enriquecimento instantâneo. Mesmo quando a instituição financeira é confiável, alguns produtos financeiros são de extremo risco e muitas vezes esse tipo de informação não é comunicada de maneira clara, ao invés disso, o olhar é desviado apenas para simulações de ganho, que na realidade são improváveis.

Isabela Soller – CEO Grupo Soller

As mudanças aprovadas pela Anbima tratam de uma ampliação de detalhes de itens no contrato entre marca e influenciador, incluindo especificidades nos produtos divulgados e a responsabilização da marca sobre a completude de informações para não induzir o consumidor ao erro, com obrigatoriedade de sinalização de publicidade.

Esse tipo de medida não afetará negativamente os perfis que têm compromisso com a informação verídica e completa. Quando o influencer tem uma assessoria de comunicação de retaguarda é mais simples fazer ações certeiras de boa-fé, porque a estrutura faz a diligência da marca e do produto/serviço, ou seja, existe um filtro até chegarmos às entregas publicitárias.

Estima-se que no Brasil haja uma base de 74 milhões de seguidores em plataformas como X, Instagram, Facebook e YouTube sendo impactados por conteúdos relacionados ao mercado financeiro.

Segundo pesquisa da Anbima, no final do primeiro semestre de 2023 já eram 176,3 milhões os seguidores dos 515 finfluencers brasileiros no setor. Isso, naturalmente, despertou o interesse dos órgãos reguladores. Essas mudanças na regulamentação chamam atenção para pontos importantes: o cuidado atento do investidor, a verificação das credenciais de quem está seguindo e o conhecimento sobre o mundo das finanças. Afinal, não dá pra acreditar em milagres financeiros.

Fonte: PropMark

https://propmark.com.br/opiniao/regulamentacao-de-publicidade-e-a-seguranca-no-mercado-de-influencia-digital


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